Entre o dia 1º de janeiro de 2017 a 31 de janeiro de 2020, mais de 600 mulheres foram vítimas de violência doméstica em Panambi. O levantamento foi feito pela Rádio Sulbrasileira, a partir dos dados da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, para marcar o Dia Internacional da Mulher, comemorado neste domingo (8).
Neste período, ocorreram 448 casos de ameaça, 162 de lesão corporal, dez de estupro, dois feminicídios e uma tentativa de feminicídio. Em média, 143 mulheres são ameaçadas e 52 acabam sendo agredidas.
Somente em 2019, foram 178 casos: 126 de ameaça, 50 foram de agressão corporal, um de estupro e uma tentativa de feminicídio.
2017 | 2018 | 2019 | Total | |
Ameaça | 151 vítimas | 152 vítimas | 126 vítimas | 429 |
Lesão Corporal | 49 vítimas | 59 vítimas | 50 vítimas | 158 |
Estupro | 5 vítimas | 4 vítimas | 1 vítima | 10 |
O ano de 2020 iniciou com 23 ocorrências: durante o mês de janeiro, 19 mulheres foram ameaçadas e quatro agredidas. Em comparação ao mesmo período do ano passado, os casos de ameaça aumentaram 10% e as agressões diminuíram 55%.
2019 | 2020 | |
Ameaça | 17 | 19 |
Lesão Corporal | 9 | 4 |
Diante da quantidade de registros, os trabalhos no Centro de Referência da Mulher (CRM) de Panambi iniciou de forma intensa em 2020: além dos casos que já eram atendidos, 14 chegaram durante o mês de janeiro.
“Recebemos, semanalmente, casos na maioria das vezes encaminhados pela rede de serviços do município. Tivemos mulheres que tiveram que fazer exame de corpo de delito”, destaca a coordenadora do CRM, Patrícia Pinno. Ela ressalta que nem todos os casos estão indo para o centro. “Nem todas as mulheres que fazem boletim de ocorrência na delegacia vem para cá. A gente quer retomar o contato com a Brigada Militar e Polícia Civil. Porque a porta de entrada acaba sendo lá e não aqui, como deveria ser.”
Patrícia alerta para o aumento de casos envolvendo jovens – algumas com menos de 18 anos – que estão vivendo com os companheiros. “Tivemos bastante, um aumento bastante assustador. Meninas que já estão morando com os namorados, com permissão dos pais ou não, e já estão sofrendo violência.”
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